domingo, 3 de julho de 2011

Aprendendo um pouco sobre o dialeto yorubá

- A -
Adó = comida feita com pipocas em grão e epô.
Abá = pessoa idosa, velho.
Abadá = para sempre
Abadó = milho de galinha.
Abará = nome de uma comida de origem africana.
Abébé = leque.
Abiodum = um dos Obá da direita de Sango.
Àbaja = marca facial do povo de Òyó
Ade = coroa.
Adetá = nome sacerdotal.
Adun = comida de Osun, milho pilado, azeite dendê e mel.
Afonjá = uma qualidade de Sango.
Agboulá = nome de um Egun.
Agôgô = instrumento musical conico feito de ferro.
Ayabá = orisá feminino, senhora idosa.
Aiyê = o mundo terrestre.
Airá = um òrìsá.
Ajá = campainha, sino.
Ajimudá = título sacerdotal.
Akoro = uma das invocações e dos nomes de Ogun.
Aku = obrigação funerária.
akikó = galo.
Alá = espécie de pano branco.
Alabá = nome de um sacerdote do culto aos ancestrais.
Alabe = tocadores de atabaque.
Alafiá = felicidade; tudo de bom.
Alafin = o mesmo que o rei de Óyó – Nigéria.
Alapini = nome sacerdotal do culto aos ancestrais.
Alase = pessoa que tem autoridade.
Alé = noite.
Apaoká = jaqueira.
Aramefá = conselho de Osòóssi, composto de seis pessoas.
Aré = nome do primeiro Obá de Sango.
Ararekolê = como vai?
Aresá = um dos Obá da esquerda de Sango.
Ariasé = banho na fonte no início das obrigações.
Arô = nome que se dá ao par de chifres de boi usado p/ chamar Osòóssi.
Arôlu = nome de um dos Obá da direita de Sango.
Asobá = sumo sacerdote do culto de Obaluwaiyê.
Ati = e (conjunção).
Atori = vara pequena usada no culto de Osalá e usada para tocar atabaque.
Awá = nós.
Awon = eles.
Asedá = babalawo iniciado por Òrúmìlá.
Aso = roupa.
Asogun = o encarregado dos sacrifícios.
A-ian-madê = como vão os meninos?
Adupé-lewô-Olorun = graças a Deus por ter conservado minha vida e a minha saúde até hoje.
Alabasé = companheiro, colega de trabalho.
Alaiyè = possuidor da vida.
Asé = força vital e que assim seja.
Aiyê = Terra.
Ago = licença.
Am-nó = o misericordioso.
Aba-lasé-di = cerimônia de iniciação.
Asesê = cerimônia fúnebre.
Amadosi d’Orisá = cerimônia do dia do òrìsá dar o nome.
Amasi no ori = cerimônia de lavar a cabeça com ervas sagradas.
Aiê = terra, festa do ano novo.
Ataré = pimenta da costa.
Ata = pimenta
Amalá = comida feita de quiabo com ebá – angú de farinha.
Abará = bolo feito com feijão e frito no epô.
Akará = bolo feito com feijão fradinho, pimenta, camarão seco e frito no epô.
Akarajé = o mesmo que o Akará.
Afurá = bolo feito com arroz.
Ambrozó = feito de farinha de milho.
Agbon = côco.
Ajé = poder feiticeiro.
Ajeun = comida.
Agusó = espécie de legumes.
- B -
Bàbá = pai.
Babalawo = sacerdote, pai do ministério, aquele que faz consultas através do jogo.
Badá = título sacerdotal.
Baiani = orisá considerada mãe de Xangô.
Balé = chefe de comunidade.
Balué = Banheiro.
Bamgbosê = sacerdote do culto de Sango.
Bé = pular, pedir.
Bi = nascer, perguntar.
Bibá = está aceito.
Bibé = está seco.
Biwá = nasceu para nós.
Biyi = nasceu aqui, agora.
Bó = adorar
Bo = cobrir.
Bode = portão.
Borogun = aquele que adora Ogun, saudação da família.
- D -
Dagan = título sacerdotal.
Dago = dê licença.
Dê = chegar.
Deiyi = chegou agora.
Dodo = banana da terra frita.
Duro = esperar.
- E -
Ebá = pirão de farinha de mandioca ou inhame.
Ègbé = sociedade.
Ebo = comida feita de milho branco, especial para Oxalá.
Ebó = sacrifício ou oferenda.
Ebori = cerimonia de dar ebó a cabeça (Ori)
Edun = nome próprio.
Edun ara = pedra do igbá de Sàngo.
Egun = espírito ancestral.
Eiye = pombo.
Ejé = sangue.
Ejilaeborá = nome que se dá às doze qualidades de Sàngo.
Ejionilé = nome de um Odu, Ogbe ou Ejiogbe.
Ekó = comida feita com milho branco; akasa.
Eku = rato.
Elebó = aquele que faz o sacrifício.
Eledá = o seu duplo no Orun.
Elemasó = título de um sacerdote no culto de Osalá.
Elerin = um dos Obá da esquerda de Sàngo.
Elesé = que está aos pés, seguidor.
Êpa = amendoim.
Éran = carne.
Êre = as esculturas de madeiras
Eru = carrego.
Erúkéré = chicote feito com crina de cavalo, usado por Oòósi, Oyá, Egun e pessoas importantes do culto.
Etu = galinha D’angola.
Ewá = nome de um orixá.
Esu = nome de um importante orisá erroneamente associado ao diabo católico.
- F -
Fatumbi = título de um sacerdote de ifá.
Filá = gorro.
Fun = dar.
Funké = a que veio para cuidar.
- G -
Gan = outro nome do agogô na Nação ioruba.
- I -
Yangui = pera de laterita, simboliza Esù.
Ianlé = as partes da comida que são oferecidas ao orixá.
Iansan = orixá patrono dos ventos, do rio Niger e dos relâmpagos.
Igbá = recipiente onde se colca os objetos do òrìsá.
Ibi = aqui, quando o Odu está negativo.
ibiri = objeto de mão, usado pela orixá Nanã, feito em palha, couro e contas.
Ibó = lugar de adoração.
Igbô = floresta.
Iemonjá = orisá dos rios e das águas salgadas.
Ijesá = nome de uma região da Nigéria e de um toque para orisá Osum, Osála e Ogum.
Iká = modo de deitar-se das pessoas de orixá feminino, para saudação, nome de um Odu.
Iku = morte.
Ilè = casa.
Ilé = terra.
Ina = fogo.
Ipeté = inhame cozido, pisado, temperado com camarão seco, sal, azeite de dendê e cebola.
Ire = felicidade.
Iuindejà = título sacerdotal.
Iuintonã = título sacerdotal.
Isu = inhame.
Iyá = mãe.
Iyabasé = cargo de inicada de Osun, òrìsá da cozinha.
Iyalaxé = mulher mais importante da casa.
Iyalodé = um alto título, líder entre as mulheres.
Iyalorisá = Zeladora do culto.
Iyamasê = orisá da casa de Sango.
Iyamoro = título de uma sacerdotisa do templo de Obaluaiyê.
Iyawo = nome dado aos iniciados, noiva.
- J -
Ji = despertar
Jinsi = título sacerdotal.
Jô = dançar.
Jobi = título sacerdotal.
- K -
Kaiodé = nome de uma sacerdotisa de Osòóssi.
Kan = um (número cardinal).
Kankanfô = um dos obá da direita de Sango. general
Kefá = sexto número ordinal.
Kejilá = décimo segundo (numero ordinal).
Kekerê = pequeno.
Ketà = terceiro (nº. ordinal).
Kolabá = nome de uma sacerdotisa do culto de Sango.
Kopanijê = um toque especial do orixá Obaluaiyê.
Koserê = que seja feliz, e que tudo de bom aconteça.
Labá = bolsa de couro usada no culto de Sango.
- L -
Lara = no corpo.
Lê = forte.
Lesé = aos pés (lesé orisá – seguidores do orisá).
Ló = ir.
Lode = lado de fora; lá fora.
Lodo = no rio.
Logun = corrupitela de Logunèdé.
Logunedé = nome de um òrìsá.
Lonon = no caminho.
- M -
Mariwo = tala do olho do dendezeiro desfiada.
Mode = cheguei.
Mogbá = título de um sacerdote do culto de Sango.
Mo jubá = meus respeitos.
- N -
Nanã = nome da orisá
Nilè = na casa.
- O -
Obá = rei.
Obaluwaiyê = nome do orisá patrono das doenças epidêmicas.
Obarayi = nome de uma sacerdotisa filha de Sango.
Obatalá = òrìsá do pano branco, O supremo.
Obatelá = nome de um dos obá da direita de Sango.
Obasorun = nome de um dos obá da esquerda de Sango.
Obi = fruto africano utilizado nos rítuais.
Obitikô = Sango.
Oburo = irmão (ã) mais novo.
Ode = fora, rua.
Odé = caçador; nome que também é dado ao orixá Osòóssi.
Odi = nome de um odu, jogo de ifá.
Odo = rio.
Odófin = nome de um dos obá da direita de Sango.
Odu = òrìsá que indicam seu momento ou destino
Oduduwá = orisá que participou da criação da terra.
Ofun = nome de um odu.
Ogã ou Ogan = cargo de alta importancia no culto.
Ogoda = uma qualidade de Sangô.
Ogue = instrumento de percussão feito de chifres de boi.
Ogun = orixá patrono do ferro, do desbravamento e da guerra.
Oyn = mel.
Oyakebe = nome de uma sacerdotisa de Iansan.
Ojá = ornamento feito com tira de pano.
Ojé = sacerdote do culto de Egun ou Egungun.
Ojó = dia da semana.
Oju = olho.
Ojubó = lugar de adoração.
Oke = montanha.
Oke-Aro = saudação para Osòóssi.
Okó = marido.
Oko = roça, fazenda. òrìsá da agricultura.
Olelé = bolo feito com feijão fradinho; abará.
Olodê = o senhor da rua, do espaço, de fora.
Olorum = entidade suprema, força maior, que está acima de todos os orisás.
Olouwo = cargo dentro do culto de Ifá.
Olùwá = senhor.
Oluwayê = senhor do mundo
Olubajé = cerimônia onde Obaluwaiye reparte sua comida com seus filhos e seguidores.
Olukotun = o nome do ancestral mais velho, cabeça do culto de Egun.
Omi = água.
Omo = filho.
Omode = criança
Omolu = vodun djedje ou Nação efon.
Omorisá = filho de orisá.
Onon = caminho.
Onãsokun = um dos obá da esquerda de Sango.
Onìkòyi = um dos obá da esquerda de Sango.
Onilé = órìsá da terra.
Onilè = dona da casa.
Opasorô = cajado de Osalá.
Opo = pilastra.
Ori = cabeça.
Oro = preceito, costume tradicional.
Orobô = fruto africana que se oferece à Sango e outros òrìsás.
Orukó = nome do iniciado.
Osoniyn = orisá que vive dentro das folhas (ewe).
Osé = semana; rito semanal.
Osi = esquerda, ou a terceira pessoa de um cargo.
Osá = nome de um odu ifá
Oti = aguardente.
Otun = direita, ou segunda pessoa de um cargo.
Ówó = dinheiro.
Osogiyan = uma qualidade de Osalá relacionado com o inhame novo.
Osalá = o mais respeitado, o pai de todos orisás.
Osalufã = uma qualidade de Oxalá; Oxalá velho.
Ose = sabão da costa africana.
Osòóssi = orisá igbo, patrono da floresta e da caça.
Ososo = milho cozido com pedaços de coco; comida do orixá Ogun.
Osum = òrìsá das águas do rio.
Osumare = nome do orisá relacionado a chuva, babalawo do Orun.
- P -
Pá = matar.
Pade = encontrar.
Pe = chamar.
Peji = altar.
Pepeiye = pato.
Pepelê = banco.
Peté = plano, chato, horizontal.
- S -
Si = para.
Sòrò = falar.
Sun = dormir.
- T -
Tanã = vela, lâmpada, fifo.
Temi = nome sacerdotal.
To = suficiente, basta.
- U -
Uwá = vir.
Unbó = está vindo, está chegando.
Unjé = comida.
Uwo = olhar, reparar.
- X -
Xaorô = pequenos guizos
Xarará = emblema do orixá Obaluaiyê.
Xê = fazer.
Xekeré = cabaça revestida com contas de Santa Maria ou búzios.
Xerê = chocalho especial para saudar Xangô, em cabaça com cabo ou em cobre.
Xirê = festa, brincadeira.
Xokotô = calças.
Xorô = fazer ritual.
Seguem agora algumas palavras e expressões, derivadas do yoruba e de outras influências linguísticas, igualmente de origem africana, mas provenientes de outras nações e que já sofreram entretanto alteração e adaptação fonética por força do português. No entanto, estas palavras e expressões são utilizadas correntemente no dia a dia das casas de santo. Isto para explicar porque algumas letras que não se encontram acima, se encontram abaixo, pois letras como o C não fazem parte da língua Yoruba.

A
Abadá – Blusão usado pelos homens africanos.
Abadô – Milho torrado
Abebé – Leque.
Abassa – Salão onde se realizam as cerimônias públicas do camdomblé, barracão.
Adé – Coroa.
Adie – Galinha.
Adupé = Dupé – Obrigado.
Afonja – É uma qualidade de Xangô.
Agbô – Carneiro.
Aguntam – Ovelha.
Ajeum – Comida.
Alabá – Título do sacerdote supremo no culto aos eguns.
Aledá – Porco.
Alaruê – Briga.
Alubaça – Cebola.
Axó – Roupa.
Axogum – Auxiliar do terreiro, geralmente importante na hierarquia da casa, encarregado de sacrificar os animais que fazem parte das oferendas aos orixás.
B
Baba – Pai.
Babaojê – Sacerdote do culto dos eguns; Ojé é o nome de todos iniciados no culto aos eguns.
Babassá – Irmão gêmeo.
Balê – Casa dos mortos.
Balé – Chefe de comunidade.
Beji – Orixá dos gêmeos.
Biyi – Nasceu aqui, agora.
Bô – Adorar.
C
Conguém – Galinha da Angola.
Cambaú – Cama.
Cafofo – Túmulo.
Caô – É um tipo de Xangô.
Catular – Cortar o cabelo com tesoura, preparando para o ritual de raspagem para iniciação no Candomblé.
Cutilagem – É o corte que se faz na cabeça do iniciado; é realizado para abrir o canal energético principal que o ser humano tem no corpo, exatamente no topo da cabeça,(no Ori), por onde vibra o axé dos Orixás para o interior de uma pessoa.
D
Dã – Orixá das correntes oriundas do Daomé.
Dara – Bom, agradável.
Dide – Levantar.
Dagô – Dê licança.
Dê – Chegar.
Dudu – Preto.
E
Edu – Carvão.
Eiyele – Pombo.
Elebó – Aquele que está de obrigação.
Eledá – Orixá guia.
Erú – Carrego; carga.
Equê – Mentira.
Esan – Vingança.
Emi – Vida
Enu – Boca
Eran – Carne
Ejó – Cobra.
Egun – Alma, espírito.
Epô – Azeite
Epô-pupa – Azeite de dendê
Eró – Segredo
F
Fá – Raspar
Fadaka – Prata
Filá – Gorro
Funfun – Branco
Fenukó – Beijar
Ferese – janela
Fo – Lavar
Fún – Dar
Farí – Raspar cabeça.
G
Ga – Alta, grande
Ge – Cortar
Gari – Farinha
Gururu – Pipoca
I
Ia – Mãe
Ia ia – Avó
Ialorixá – Mãe de santo (sacerdote de orixá)
Iban – Queixo
Idí – Ânus, nádega
Ibô – Mato
Ibó – Lugar de adoração
Ilê – Casa
Ibá – Colar, cheio de objetos ritualístico
Inã – Fogo
Ijexá – Nome de uma região da Nigéria e de um toque para os Orixás Oxum, Ogum e Oxala.
Ipadê – Reunião
Ida – Espada
Ida-oba – Espada do Rei
Ideruba – Fantasma
Idodo – Umbigo
Ifun – Intestino
Idunnu – Felicidade
Igi – Árvore
Ijo – Dança
Iku – Morte
Iyabasé – Cozinheira
Iyalaxé – Mãe do axé do terreiro
J
Jajá – Esteira
Jalè – Roubar
Ji – Acordar, roubar
Jeun – Comer
Jimi – Acorda-me
Joko – Sentar
Jade – Sair
Jagunjagun – Guerreiro, Soldado
K
Kà – Ler, contar
Kan – Azedo
Kekerê – Pequeno
Koró – Fel, amargo
Kòtò – Buraco
Kuru – Longe
Ko Dara – Ruim
Ku – Morrer
Kosi – Nada
L
Là – Abrir
Lê – Forte
Lile – Feroz, violento
Liló – Partir
Larin – Moderado
Ló – Ir
Lailai – Para sempre
Lowo – Rico
Lu – Furar
Lodê – Lado de fora, lá fora
Lodo – No rio
Lona – No caminho
M
Malu – Boi
Meje – Sete
Mun – Beber
Muló – Levar embora
Mojubá – Apresentando meu humilde respeito
Mo – Eu
Mí – Viver
Mejeji – Duas vezes
Mandinga – Feitiço
Maleme – Pedido de perdão
Mi-amiami – Farofa oferecida para exu
Modê – Cheguei
N
Ná – Gastar
Ní – Ter
Níbi – No lugar
Nítorí – Por que
Nu – Sumir
Najé – Prato feito com argila
Nipa – Sobre
Nipon – Grosso.
O
Obé – Faca
Obé fari – Navalha
Oberó – Alguidar
Obirim – Mulher, feminino
Ojiji – Sombra
Oju ona – Olho da rua, ( caminho )
Okó – Pênis
Omi – Água
Omi Dudu – Café preto
Otí – Álcool
Owo – Dinheiro
Oyin – Mel
Obá – Rei
Odé – Caçador
Orun – Céu
Ofá – Arco e flecha
Olorum – Deus
Ota e Okuta – Pedra
Odo – Rio
Obo – Vagina
Otin nibé – Cerveja
Otin Dudu – Vinho tinto
Otin fum-fum – Aguardente
Odê – Fora, rua
Olodê – Senhor da rua
Omo – filho, criança.
Ongé – Comida
P
Pá – Matar
Pada – Voltar
Padê – Encontrar
Paeja – Pescar
Peji – Altar
Pelebi – Pato
Pupa – Vermelho
Paki – Sala
Patapá – Burro
Pepelê – Banco
R
Rà – Comprar
Rere – Muito bem
Re – Ir
Rìn – Trabalhar
Rí – Ver
Ronu – Pensar
Roboto – Redondo
S
Sanro – Gordo
Sare – Rápido, correr
Sínun – Dentro
Sise – Trabalho
Sun – Dormir
Sarapebé – Mensageiro
Sòrò – Falar
Si Ori – Abrir a Cabeça
T
Tata – Gafanhoto
Tèmi – Meu, minha
Toto – Atenção
Titun – Novo
Tóbi – Grande, maior
Tàbá – Tabaco, fumo
Tete – Aplicado
Tanã – Vela, lâmpada
Tún – Retorno
Taya – Esposa
Tutu – Frio, gelado
W
Wa – Nosso
Wèrè – Louco
Wúrà – Ouro
Wu – Desenterrar
Wun ni – Gostar
Wakati – Hora
Wara – Leite
X
Xaorô – Tornozeleira de palha da costa usada durante o recolhimento para o processo de iniciação.
Xarará – Instrumento simbólico do Orixá Obaluaiyê
Xê – Fazer
Xirê – Festa, brincadeira
Y
Yàgó – Licença
Yan – Torrar
Yaro – Ficar aleijado
Yiyan – Assado
Yonrin – Areia
Yama – Oeste
Yara-ypejo – Sala

3 Lendas de Xangô

(1)
Xangô cumpre a promessa feita a Oxum
Quando Xangô pediu Oxum em casamento, ela disse que aceitaria com a condição de que ele levasse o pai dela, Oxalá, nas costas para que ele, já muito velho, pudesse assistir ao casamento. Xangô, muito esperto, prometeu que depois do casamento carregaria o pai dela no pescoço pelo resto da vida; e os dois se casaram. Então, Xangô arranjou uma porção de contas vermelhas e outra de contas brancas, e fez um colar com as duas misturadas. Colocando-o no pescoço, foi dizer a Oxum: “- Veja, eu já cumpri minha promessa. As contas vermelhas são minhas e as brancas, de seu pai; agora eu o carrego no pescoço para sempre.”
(2)
Xangô torna-se Orixá
Xangô vivia em seu reino com suas 3 mulheres ( Iansã, Oxum e Obá ), muitos servos, exércitos, gado e riquezas. Certo dia, ele subiu num morro próximo, junto com Iansã; ele queria testar um feitiço que inventara para lançar raios muito fortes. Quando recitou a fórmula, ouviu-se uma série de estrondos e muitos raios riscaram o céu. Quando tudo se acalmou, Xangô olhou em direcção à cidade e viu que seu palácio fora atingido. Ele e Iansã correram para lá e viram que não havia sobrado nada nem ninguém. Desesperado, Xangô bateu com os pés no chão e afundou pela terra; Iansã o imitou. Oxum e Obá viraram rios e os 4 se tornaram Orixás.
(3)
Xangô é condenado por Oxalá comer como os escravos
Airá, aquele que se veste de branco, foi um dia às terras do velho Oxalá para levá-lo à festa que faziam em sua cidade. Oxalá era velho e lento, Por isso Airá o levava nas costas. Quando se aproximavam do destino, vira a grande pedreira de Xangô, bem perto de seu grande palácio. Xangô levou Oxalufã ao cume, para dali mostrar ao velho amigo todo o seu império e poderio. E foi lá de cima que Xangô avistou uma belíssima mulher mexendo sua panela. Era Oiá! Era o amalá do rei que ela preparava!
Xangô não resistiu à tamanha tentação. Oiá e amalá! Era demais para a sua gulodice, depois de tanto tempo pela estrada. Xangô perdeu a cabeça e disparou caminho abaixo, largando Oxalufã em meio às pedras, rolando na poeira, caindo pelas valas. Oxalufã se enfureceu com tamanho desrespeito e mandou muitos castigos, que atingiram diretamente o povo de Xangô.
Xangô, muito arrependido, mandou todo o povo trazer água fresca e panos limpos. Ordenou que banhassem e vestissem Oxalá. Oxalufã aceitou todas as desculpas e apreciou o banquete de caracóis e inhames, que por dias o povo lhe ofereceu. Mas Oxalá impôs um castigo eterno a Xangô. Ele que tanto gosta de fartar-se de boa comida.
Nunca mais pode Xangô comer em prato de louça ou porcelana. Nunca mais pode Xangô comer em alguidar de cerâmica. Xangô só pode comer em gamela de pau, como comem os bichos da casa e o gado e como comem os escravos.