segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Falangeiros de Orixás



Falangeiros de orixás ou simplesmente Falangeiros são os representantes
 diretos de cada Orixá.
Não são espíritos, mas sim a própria vibração do Orixá.
 Diferem-se dos capangueiros
 (estes sim, espíritos desencarnados, com luz e sabedoria) 
que trabalham para determinado Orixá.
Para melhor entendimento os falangeiros são as qualidades dos Orixás, exemplo:
  • Ogum (Orixá) + Beira-Mar 
  • (qualidade do Ogum que trabalha à Beira do Mar
  •  em sintonia com Iemanjá e Xangô)
  •  = Ogum-Beira Mar.
Este desdobramento de Ogum está presente nos
 assuntos atinentes a conquista material e de fortuna.
  • Ogum (Orixá) + Sete Ondas
  •  (qualidade de Ogum que trabalha em Alto-mar em sintonia com o povo do mar) =
  •  Ogum Sete Ondas.
Este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos atinentes a 
conquistas diplomáticas.
  • Ogum (Orixá) + Pedreira
  •  (qualidade de Ogum que trabalha nas pedreiras e cachoeiras)
  •  = Ogum da Pedreira, Ogum das Sete Pedreiras, Ogum da Cachoeira, etc.
Este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos 
pertinentes a assuntos relacionados a Justiça.
  • Ogum (Orixá) + Megê
  •  (qualidade de Ogum que trabalha na Linha das Almas) 
  • = Ogum Megê das Almas.
Este desdobramento de Ogum, gerado pela união dos 
elementos terra (Omulu) e fogo, está presente nos assuntos atinentes 
a desmanche de magia.

  • Ogum (Orixá) + Matinata 
  • (regência da Lua, noite e madrugada em sintonia com Oxalá)
  •  = Ogum Matinata. Está relacionado a regências.
  • Ogum (Orixá) + de Lê 
  • (qualidade de Ogum mesclado com Xangô, trabalha com a Lei)
  •  = Ogum de Lê. Este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos 
  • atinentes a execução de justiça.
  • Ogum (Orixá) + Rompe-Mato
  •  (qualidade de Ogum mesclado com Oxóssi, desbravador, caçador)
  •  = Ogum Rompe-Mato.
Este desdobramento de Ogum está presente nos 
assuntos pertinentes a coisas de solução rápida, revigorantes 
e de conquista de espaço de maneira geral.
  • Ogum (Orixá) + de Ronda/Naruê 
  • (guardião e vigilante dos caminhos em sintonia com Exú)
  •  = Ogum de Ronda, Ogum Naruê etc.
Está relacionado a rondar, proteger, guardar e previnir.
Já os capangueiros são principalmente os (caboclos), exemplo:
  • Caboclo Rompe-Mato (anda junto a Ogum Rompe Mato);
  • Caboclo Beira-Mar (anfa junto a Ogum Beira Mar)

Caboclo Rompe Mato e Ogum Rompe Mato




Descendente das antigas tribos Guaiacurús.
É um caboclo chefe de legião, muito cultuado também no catimbó, vale lembrar que é um caboclo que atua com Oxóssi, Ogum e Xangô, ele traz o poder de Xangô juntamente com a capacidade de discernimento da Justiça, o poder de vencer as demandas provenientes dos atuantes da Centelha de Ogum e o dom da cura e capacidade de aconselhar de Oxossi .
É um guerreiro que atua na paz, a falange dos Rompe-Matos nunca se apresentarão como caciques, pois todos são áusteros e destemidos guerreiros, isso é uma regra da falange, vale lembrar que não podemos confundir com Ogum Rompe-Mato um falangeiro do orixá, mas o mesmo caboclo atua também nessa linha.
É um caboclo que também trabalha na linha da esquerda quando preciso, como a grande maioria dos caboclos de Xango.
Algumas vezes pede charuto em sua passagem na Terra!
OGUM ROMPE MATO
Ogum Rompe-Mato, é o meu falangeiro de Ogum, atua na linha de Oxóssi e Xangô, vibra nas três energias, assim como o caboclo. O meu nunca pediu oferendas e já vi outro Ogum Rompe-Mato fumar, mas em minha casa, os falangeiros do orixá não fumam ou bebem.
É um Ogum que atua nas matas e pelo qual tenho muito carinho, é um grande companheiro e amigo, tenho muito orgulho de tê-lo por ser tb uma qualidade de Ogum cada dia menos presente na linha dos filhos, ainda não consigo te dizer o porque, mas estou batalhando para saber.
Vem na forma de um caboclo mesmo, dando brados altos, secos e curtos, com as duas mãos fechadas entre-cruzadas, alguns vem com uma mão aberta outra fechada, depende com quem está cruzado.
Como é uma entidade rara hj em dia, raramente incorpora e poucos filhos a tem, fica mais difícil colher algumas informações.

OXÓSSI – Entrecruzando Linhas
Oi não se mexe na espada de Ogum
Oi não se mexe na machada de Xangô
Oi não se mexe, nas flechas de Oxossi
Que lá na mata é Rei é caçador
Oi não se mexe, nas flechas de Oxossi
Que lá na mata é Rei é caçador
OXÓSSI – Caboclo Rompe Mato
No centro da mata eu vi, dois nomes gravados num toco de pau
No centro da mata eu vi, dois nomes gravados num toco de pau
De um lado Seu Rompe Mato, de outro Seu Cobra Coral
De um lado Seu Rompe Mato, de outro Seu Cobra Coral
No centro da mata virgem eu vi, Seu Rompe Mato falava na língua do Guarany
No centro da mata virgem eu vi, Seu Rompe Mato falava na língua do Guarany
OXÓSSI – Caboclo Rompe Mato
Vermelho é a cor do sangue de meu Pai, e verde é a cor da mata
Vermelho é a cor do sangue de meu Pai, e verde é a cor da mata
Oi sarava Seu Rompe Mato na Jurema, oi sarava, a banda que ele mora
Oi sarava Seu Rompe Mato na Jurema, oi sarava, a banda que ele mora
OGUM ROMPE MATO
Ogum Rompe Mato
Que cavaleiro é aquele, que vem cavalgando…
Sob um céu azul?
É seu Ogum Rompe Mato, quem vem saravá
O Cruzeiro do Sul.
E e e , e e á, e e e Rompe Mato pisa na Umbanda.
________________________________________
A sua mata é longe, uma estrela brilhou.
Mas seus filhos de Umbanda já lhe procurou,
Oi já lhe procurou…,
Quem vê seu Rompe Mato de Umbanda,
Que até agora ainda não chegou, ainda não chegou.

Oyá transforma-se num búfalo


Ogum caçava na floresta quando avistou um búfalo, ficou na espreita, pronto para abater a fera, qual foi sua surpresa ao ver que, de repente, de sob a pele do búfalo saiu uma mulher linda, era Oiá. E não se deu conta de estar sendo observada.
Ela escondeu a pele de búfalo e caminhou para o mercado da cidade. Tendo visto tudo, Ogum aproveitou e roubou a pele, então escondeu a pele de Oiá num quarto de sua casa, depois foi ao mercado ao encontro da bela mulher. Estonteado por sua beleza, Ogum cortejou Oiá.
Pediu-a em casamento, ela não respondeu e seguiu para floresta, mas lá chegando não encontrou a pele, voltou ao mercado e encontrou Ogum, ele esperava por ela, mas fingiu nada saber.
Negou haver roubado o que quer que fosse de Iansã, de novo, apaixonado, pediu Oiá em casamento, Oiá, astuta, concordou em se casar e foi viver com Ogum em sua casa, mas fez as suas exigências: ninguém na casa poderia referir-se a ela fazendo qualquer alusão a seu lado animal. Nem se poderia usar a casca do dendê para fazer o fogo, nem rolar o pilão pelo chão da casa.
Ogum ouviu seus apelos e expôs aos familiares as condições para todos conviverem em paz com sua nova esposa. A vida no lar entrou na rotina. Oiá teve nove filhos e por isso era chamada Iansã, a mãe dos nove.
Mas nunca deixou de procurar a pele de búfalo, as outras mulheres de Ogum cada vez mais sentiam-se enciumadas, quando Ogum saía para caçar e cultivar o campo, elas planejavam uma forma de descobrir o segredo da origem de Iansã.
Assim, uma delas embriagou Ogum e este revelou o mistério, e na ausência de Ogum, as mulheres passam a cantarolar coisas, coisas que sugeriam o esconderijo da pele de Oiá e coisas que aludiam ao seu lado animal.
Um dia, estando sozinha em casa, Iansã procurou em cada quarto, até que encontrou sua pele, ela vestiu a pele e esperou que as mulheres retornassem. E então saiu bufando, dando chifradas em todas, abrindo-lhes a barriga.
Somente seus nove filhos foram poupados, e eles, desesperados, clamavam por sua benevolência. O búfalo acalmou-se, os consolou e depois partiu. Antes, porém, deixou com os filhos o seu par de chifres.
Num momento de perigo ou de necessidade, seus filhos deveriam esfregar um dos chifres no outro, e Iansã, estivesse onde estivesse, viria rápida como um raio em seu socorro.