terça-feira, 4 de setembro de 2012

Xangô


Xangô é a justiça e a sabedoria. É sincretizado com São JerônimoSão PedroSão João Batista,São Miguel; representa a justiça e tem as pedreiras como símbolo natural. Possui um machado de duas faces que simboliza tanto a proteção quanto a punição a seus filhos quando cometem injustiças. Outro símbolo é a estrela de 6 pontas que é em si o poder equilibrador do universo.


No sincretismo associou-se o Xangô das Pedreiras a São Jerônimo, aquele que amansa o leão e que tem o poder da escrita e o livro onde escreve na pedra suas leis e seus julgamentos. Protetor dos intelectuais, dos magistrados. Já na cachoeira o sincretismo foi com São João Batista, por causa do batismo de Jesus, de lavar a cabeça na água doce para se purificar. Com o poder do fogo de Xangô é queimado, destruído tudo o que é de ruim e ocorre a transmutação trazendo tudo o que é de bom, todo o bem possível, de acordo com o nosso merecimento. Isso é o que pedimos nas fogueiras do mês de junho.
Alguns dizem que São Judas Tadeu, por ter um livro na mão também pode sincretizar-se com Xangô ou que tem uma linha espiritual que atua nas correntes de Xangô. 

[editar]História

Quando Deus criou os Estados exteriores da criação, o primeiro foi o vazio (Exu), o segundo estado foi o espaço em si mesmo (Oxalá) e o terceiro Estado da criação exterior foi o equilíbrio de tudo e de todos (Xangô). Como em Olorum, não se pode dizer quem foi o primeiro a ser exteriorizado, os umbandistas preferem amá-los e ponto final.
Tudo trata-se de ângulos de visões religiosas, pois o poder de Olorum que equilibra todo o universo que faz par com o estado purificador (Kali-yê), é chamado de Xangô na religião umbandista, ou seja, na Umbanda não se adora como um deus com características humanas, mas sim como o poder equilibrador de Olorum manifestado em seu exterior.




Sincretizado a São Jerônimo
São Jerônimo nasceu na cidade de Estrido, Dalmacia, nas atuais fronteiras da Iugoslávia, por volta do ano 340 e ele foi um dos grandes escritores de seu tempo. Tornou-se monge e partiu para o Oriente, fixou-se na Síria entregando-se a uma vida de penitências e orações. Regressando a Roma, foi feito secretário do papa São Damaso que lhe deu a missão de traduzir as Sagradas Escrituras para o latim, obra que ficou conhecida como Vulgata dando origem a Biblia atual.
Xangô é o responsável pela solução das pendências e das injustiças, dando a quem merece o devido castigo e, a vitória ao injustiçado.
Xangô simboliza a lei de causa e efeito, seu fetiche é a machada de dois gumes ou a balança de dois pratos, simbolizando a justiça e a imparcialidade.
Recorrem a Xangô todos os injustiçados, perseguidos espiritual e materialmente.
Os domínios de Xangô são as pedreiras e as cachoeiras, de Xangô emanam forças poderosíssimas, é a Ele que recorremos quando necessitamos de ajuda nos processos que demandem muita energia, nas demandas espirituais, nos processos judiciais, enfim, todos os assuntos ligados à lei e a justiça.
Nossos irmãos africanos nos ensinaram que Xangô é o Orixá atuante simbolicamente sobre as tempestades e tudo que dela provenha como raios, chuva com trovoadas, etc.
Xangô como todos os Orixás jamais desampara aqueles que a Ele recorrem.
De Xangô emanam a autoridade, a justiça e o saber. Ele jamais erra e não permite o erro de seus filhos. É o protetor dos bons juizes, dos bons advogados e de todos aqueles que tenham contato com as práticas das leis.
Nas demandas espirituais após Ogum ou os outros Orixás envolvidos nessas demandas terem feito o seu trabalho,Xangô virá obrigatoriamente cumprir a lei de Deus de causa e efeito.
A vibração de Xangô, nas evocações que ocorrem nos templos de Umbanda, é fortíssima. Quando incorporado em nossos médiuns transmite sempre a imagem de alguém forte como a rocha, todos pressentem sua tremenda força.
thumb_saojeronimoEm muitos pontos cantados de Xangô, ouve-se a frase; “

Não brinque com Xangô, porque Xangô não brinca não”.

Essa frase transmite claramente sua autoridade e intolerância com os erros dos homens.
Xangô está sempre associado à força, Ele é autoritário, capaz de despertar o respeito por suas determinações e leis, com poder para decidir sobre o bem e o mal.
As suas determinações serão sempre obedecidas por todos, gostem ou não. Por estar associado à firmeza da rocha e à estabilidade que as pedreiras transmitem, que são os seus domínios, delas emana a sua força.
Em suas obrigações podem ser usadas flores brancas, velas de cor marrom ou brancas, cerveja preta e água da cachoeira. Nesse sentido, é comum ver as obrigações que lhe são feitas nas pedreiras e cachoeiras, sendo que em muitos casos depositam lá uma verdadeira parafernália de objetos e comidas como o quiabo com feijão fradinho e outras coisas mais, como o vinho e licores diversos.
Não há necessidade de pedir a Xangô a justiça, Ele a fará sempre mesmo que você não peça ajuda a Ele. Na realidade evite pedir justiça, se você pedir a justiça, tenha certeza que Ele atenderá o seu pedido, mas como qualquer ser humano você tem em seu passado alguma coisa da qual se envergonha e Xangô também vai ver os seus erros e lhe dará também, ao mesmo tempo, o seu pagamento por suas obras.
Você se sente injustiçado? Então aguarde, Xangô fará a justiça por você, sem que exista a necessidade de pedir coisa alguma a Ele; mas se pedir, prepare-se, você também receberá o seu pagamento.
Se o assunto é ligado a lei e aos seus processos e você possui a verdade ao seu lado, pode recorrer a Ele com toda a garantia de vitória, mas só proceda desta forma se tiver à verdade ao seu lado, porque se você é o errado na questão, tenha certeza que Ele vai puni-lo.
A justiça de Xangô é baseada em leis Divinas, leis que tem origem Divina e não podem ser manipulado pelos homens, seja sábio.
  • Cor ....................... Marrom
  • Domínios ................ Pedreiras e cachoeiras
  • Atuação ................. A justiça
  • Saudação ............... Kaô cabecile
  • Elemento ............... Terra




    Pertence a 6ª Linha vibratória da Umbanda - Esta Linha dirigida por Xangô, sob a orientação de São Jerônimo, impõe a justiça, dando castigo a quem merecer. É a Linha na qual aqueles que foram humilhados, serão elevados espiritualmente, os que castigaram, serão castigados e os que se enalteceram, serão rebaixados. Formação da 6ª linha:
    Legião de Iansã, chefiada por Santa Bárbara
    Legião do Caboclo Ventania (ou dos Ventos)
    Legião do Caboclo das Cachoeiras
    Legião do Caboclo Sete Montanhas
    Legião do Caboclo Pedra Branca
    Legião do Caboclo Cobra-Coral
    Legião dos Pretos Velhos, integradas por Falanges de todas as raças e dos povos de Quenquelê

    Exus ligados a Xangó:
    Exu Giramundo
    Exu Pedreira
    Exu Corcunda
    Exu Ventania
    Exu da Meia Noite
    Exu Mangueira
    Exu Calunga

terça-feira, 24 de julho de 2012

Origem da Umbanda


No final de 1908, Zélio Fernandino de Moraes, um jovem rapaz com 17 anos de idade, que preparava-se para ingressar na carreira militar na Marinha, começou a sofrer estranhos "ataques". Sua família, conhecida e tradicional na cidade de Neves, estado do Rio de Janeiro, foi pega de surpresa pelos acontecimentos.

Esses "ataques" do rapaz, eram caracterizados por posturas de um velho, falando coisas sem sentido e desconexas, como se fosse outra pessoa que havia vivido em outra época. Muitas vezes assumia uma forma que parecia a de um felino lépido e desembaraçado que mostrava conhecer muitas coisas da natureza.Após examiná-lo durante vários dias, o médico da família recomendou que seria melhor encaminhá-lo a um padre, pois o médico (que era tio do paciente), dizia que a loucura do rapaz não se enquadrava em nada que ele havia conhecido. Acreditava mais, era que o menino estava endemoniado.Alguém da família sugeriu que "isso era coisa de espiritismo" e que era melhor levá-lo à Federação Espírita de Niterói, presidida na época por José de Souza. No dia 15 de novembro, o jovem Zélio foi convidado a participar da sessão, tomando um lugar à mesa.Tomado por uma força estranha e alheia a sua vontade, e contrariando as normas que impediam o afastamento de qualquer dos componentes da mesa, Zélio levantou-se e disse: "Aqui está faltando uma flor". Saiu da sala indo ao jardim e voltando após com uma flor, que colocou no centro da mesa. Essa atitude causou um enorme tumulto entre os presentes. Restabelecidos os trabalhos, manifestaram-se nos médiuns kardecistas espíritos que se diziam pretos escravos e índios.O diretor dos trabalhos achou tudo aquilo um absurdo e advertiu-os com aspereza, citando o "seu atraso espiritual" e convidando-os a se retirarem.Após esse incidente, novamente uma força estranha tomou o jovem Zélio e através dele falou: _"Porque repelem a presença desses espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens. Será por causa de suas origens sociais e da cor ?"Seguiu-se um diálogo acalorado, e os responsáveis pela sessão procuravam doutrinar e afastar o espírito desconhecido, que desenvolvia uma argumentação segura.Um médium vidente perguntou: _"Por quê o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram, quando encarnados, são claramente atrasados? Por quê fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz? E qual o seu nome irmão?_"Se querem um nome, que seja este: sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque para mim, não haverá caminhos fechados."_"O que você vê em mim, são restos de uma existência anterior. Fui padre e o meu nome era Gabriel Malagrida. Acusado de bruxaria fui sacrificado na fogueira da Inquisição em Lisboa, no ano de 1761. Mas em minha última existência física, Deus concedeu-me o privilégio de nascer como caboclo brasileiro."
Anunciou também o tipo de missão que trazia do Astral:_"Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã (16 de novembro) estarei na casa de meu aparelho, às 20 horas, para dar início a um culto em que estes irmãos poderão dar suas mensagens e, assim, cumprir missão que o Plano Espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados.”  
O vidente retrucou: _"Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto" ? perguntou com ironia. E o espírito já identificado disse:_"Cada colina de Niterói atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei".Para finalizar o caboclo completou:_"Deus, em sua infinita Bondade, estabeleceu na morte, o grande nivelador universal, rico ou pobre, poderoso ou humilde, todos se tornariam iguais na morte, mas vocês, homens preconceituosos, não contentes em estabelecer diferenças entre os vivos, procuram levar essas mesmas diferenças até mesmo além da barreira da morte. Porque não podem nos visitar esses humildes trabalhadores do espaço, se apesar de não haverem sido pessoas socialmente importantes na Terra, também trazem importantes mensagens do além?"No dia seguinte, na casa da família Moraes, na rua Floriano Peixoto, número 30, ao se aproximar a hora marcada, 20:00 h, lá já estavam reunidos os membros da Federação Espírita para comprovarem a veracidade do que fora declarado na véspera; estavam os parentes mais próximos, amigos, vizinhos e, do lado de fora, uma multidão de desconhecidos.Às 20:00 h, manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Declarou que naquele momento se iniciava um novo culto, em que os espíritos de velhos africanos que haviam servido como escravos e que, desencarnados, não encontravam campo de atuação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas em sua totalidade para os trabalhos de feitiçaria; e os índios nativos de nossa terra, poderiam trabalhar em benefício de seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social.A prática da caridade, no sentido do amor fraterno, seria a característica principal deste culto, que teria por base o Evangelho de Jesus.O Caboclo estabeleceu as normas em que se processaria o culto. Sessões, assim seriam chamados os períodos de trabalho espiritual, diárias, das 20:00 às 22:00 h; os participantes estariam uniformizados de branco e o atendimento seria gratuito. Deu, também, o nome do Movimento Religioso que se iniciava: UMBANDA – Manifestação do Espírito para a Caridade.A Casa de trabalhos espirituais que ora se fundava, recebeu o nome de Nossa Senhora da Piedade, porque assim como Maria acolheu o filho nos braços, também seriam acolhidos como filhos todos os que necessitassem de ajuda ou de conforto.Ditadas as bases do culto, após responder em latim e alemão às perguntas dos sacerdotes ali presentes, o Caboclo das Sete Encruzilhadas passou a parte prática dos trabalhos.O caboclo foi atender um paralítico, fazendo este ficar curado. Passou a atender outras pessoas que haviam neste local, praticando suas curas.Nesse mesmo dia incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, aquele que, com fala mansa, foi confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita sabedoria e humildade e com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os presentes à mesa dizendo as seguintes palavras:"_ Nêgo num senta não meu sinhô, nêgo fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nêgo deve arrespeitá."Após insistência dos presentes fala:  
"_Num carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nego."Assim, continuou dizendo outras palavras representando a sua humildade. Uma pessoa na reunião pergunta se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra e ele responde:"_Minha caximba. Nêgo qué o pito que deixou no toco. Manda mureque busca."Tal afirmativa deixou os presentes perplexos, os quais estavam presenciando a solicitação do primeiro elemento de trabalho para esta religião. Foi Pai Antonio também a primeira entidade a solicitar uma guia, até hoje usadas pelos membros da Tenda e carinhosamente chamada de "Guia de Pai Antonio".No dia seguinte, verdadeira romaria formou-se na rua Floriano Peixoto. Enfermos, cegos etc. vinham em busca de cura e ali a encontravam, em nome de Jesus. Médiuns, cuja manifestação mediúnica fora considerada loucura, deixaram os sanatórios e deram provas de suas qualidades excepcionais.A partir daí, o Caboclo das Sete Encruzilhadas começou a trabalhar incessantemente para o esclarecimento, difusão e sedimentação da religião de Umbanda. Além de Pai Antônio, tinha como auxiliar o Caboclo orixá Malé, entidade com grande experiência no desmanche de trabalhos de baixa magia.Em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas recebeu ordens do Astral Superior para fundar sete tendas para a propagação da Umbanda. As agremiações ganharam os seguintes nomes: Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia; Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição; Tenda Espírita Santa Bárbara; Tenda Espírita São Pedro; Tenda Espírita Oxalá, Tenda Espírita São Jorge; e Tenda Espírita São Gerônimo. Enquanto Zélio estava encarnado, foram fundadas mais de 10.000 tendas a partir das mencionadas.
Embora não seguindo a carreira militar para a qual se preparava, pois sua missão mediúnica não o permitiu, Zélio Fernandino de Moraes nunca fez da religião sua profissão. Trabalhava para o sustento de sua família e diversas vezes contribuiu financeiramente para manter os templos que o Caboclo das Sete Encruzilhadas fundou, além das pessoas que se hospedavam em sua casa para os tratamentos espirituais, que segundo o que dizem parecia um albergue. Nunca aceitara ajuda monetária de ninguém era ordem do seu guia chefe, apesar de inúmeras vezes isto ser oferecido a ele.Ministros, industriais, e militares que recorriam ao poder mediúnico de Zélio para a cura de parentes enfermos e os vendo recuperados, procuravam retribuir o benefício através de presentes, ou preenchendo cheques vultosos. "_Não os aceite. Devolva-os!", ordenava sempre o Caboclo.A respeito do uso do termo espírita e de nomes de santos católicos nas tendas fundadas, o mesmo teve como causa o fato de naquela época não se poder registrar o nome Umbanda, e quanto aos nomes de santos, era uma maneira de estabelecer um ponto de referência para fiéis da religião católica que procuravam os préstimos da Umbanda. O ritual estabelecido pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas era bem simples, com cânticos baixos e harmoniosos, vestimenta branca, proibição de sacrifícios de animais. Dispensou os atabaques e as palmas. Capacetes, espadas, cocares, vestimentas de cor, rendas e lamês não seriam aceitos. As guias usadas são apenas as que determinam a entidade que se manifesta. Os banhos de ervas, os amacis, a concentração nos ambientes vibratórios da natureza, a par do ensinamento doutrinário, na base do Evangelho, constituiriam os principais elementos de preparação do médium.O ritual sempre foi simples. Nunca foi permitido sacrifícios de animais. Não utilizavam atabaques ou qualquer outros objetos e adereços. Os atabaques começaram a ser usados com o passar do tempo por algumas das Tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas a Tenda Nossa Senhora da Piedade não utiliza em seu ritual até hoje.Após 55 anos de atividades à frente da Tenda Nossa Senhora da Piedade (1º templo de Umbanda), Zélio entregou a direção dos trabalhos as suas filhas Zélia e Zilméa, continuando, ao lado de sua esposa Isabel, médium do Caboclo Roxo, a trabalhar na Cabana de Pai Antônio, em Boca do Mato, distrito de Cachoeiras de Macacu – RJ, dedicando a maior parte das horas de seu dia ao atendimento de portadores de enfermidades psíquicas e de todos os que o procuravam.Em 1971, a senhora Lilia Ribeiro, diretora da TULEF (Tenda de Umbanda Luz, Esperança, Fraternidade – RJ) gravou uma mensagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas, e que bem espelha a humildade e o alto grau de evolução desta entidade de muita luz. Ei-la:"A Umbanda tem progredido e vai progredir. É preciso haver sinceridade, honestidade e eu previno sempre aos companheiros de muitos anos: a vil moeda vai prejudicar a Umbanda; médiuns que irão se vender e que serão, mais tarde, expulsos, como Jesus expulsou os vendilhões do templo. O perigo do médium homem é a consulente mulher; do médium mulher é o consulente homem. É preciso estar sempre de prevenção, porque os próprios obsessores que procuram atacar as nossas casas fazem com que toque alguma coisa no coração da mulher que fala ao pai de terreiro, como no coração do homem que fala à mãe de terreiro. É preciso haver muita moral para que a Umbanda progrida, seja forte e coesa. Umbanda é humildade, amor e caridade – esta a nossa bandeira. Neste momento, meus irmãos, me rodeiam diversos espíritos que trabalham na Umbanda do Brasil: Caboclos de Oxossi, de Ogum, de Xangô. Eu, porém, sou da falange de Oxossi, meu pai, e não vim por acaso, trouxe uma ordem, uma missão. Meus irmãos: sejam humildes, tenham amor no coração, amor de irmão para irmão, porque vossas mediunidades ficarão mais puras, servindo aos espíritos superiores que venham a baixar entre vós; é preciso que os aparelhos estejam sempre limpos, os instrumentos afinados com as virtudes que Jesus pregou aqui na Terra, para que tenhamos boas comunicações e proteção para aqueles que vêm em busca de socorro nas casas de Umbanda. Meus irmãos: meu aparelho já está velho, com 80 anos a fazer, mas começou antes dos 18. Posso dizer que o ajudei a casar, para que não estivesse a dar cabeçadas, para que fosse um médium aproveitável e que, pela sua mediunidade, eu pudesse implantar a nossa Umbanda. A maior parte dos que trabalham na Umbanda, se não passaram por esta Tenda, passaram pelas que saíram desta Casa. Tenho uma coisa a vos pedir: se Jesus veio ao planeta Terra na humildade de uma manjedoura, não foi por acaso. Assim o Pai determinou. Podia ter procurado a casa de um potentado da época, mas foi escolher aquela que havia de ser sua mãe, este espírito que viria traçar à humanidade os passos para obter paz, saúde e felicidade. Que o nascimento de Jesus, a humildade que Ele baixou à Terra, sirvam de exemplos, iluminando os vossos espíritos, tirando os escuros de maldade por pensamento ou práticas; que Deus perdoe as maldades que possam ter sido pensadas, para que a paz possa reinar em vossos corações e nos vossos lares. Fechai os olhos para a casa do vizinho; fechai a boca para não murmurar contra quem quer que seja; não julgueis para não serdes julgados; acreditai em Deus e a paz entrará em vosso lar. É dos Evangelhos. Eu, meus irmãos, como o menor espírito que baixou à Terra, mas amigo de todos, numa concentração perfeita dos companheiros que me rodeiam neste momento, peço que eles sintam a necessidade de cada um de vós e que, ao sairdes deste templo de caridade, encontreis os caminhos abertos, vossos enfermos melhorados e curados, e a saúde para sempre em vossa matéria. Com um voto de paz, saúde e felicidade, com humildade, amor e caridade, sou e sempre serei o humilde Caboclo das Sete Encruzilhadas".

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Exús Mirins


Exús Mirins são uma falange de espíritos crianças,que assim como os senhores Exús adultos são Guardião de grande importância em todos os terreiros de Umbanda,tendo um poder de cura de males físicos e de resolverem problemas de seus consulentes,desde que tratados com o merecido respeito como senhores Exús que são.
Apresentam - se como crianças travessas, brincalhonas, espertas,extrovertidas.rebeldes,agitados,ariscos e desconfiados de inicio mas se tratados com respeito demostram grande fidelidade aos trabalhos do Exú Guardião chefe que os acolhe,podendo inclusive sendo eles próprios dirigentes de uma casa,embora muitos descordam dessa possibilidade,mas são Exús como os outros,apenas pouco cultuados por serem seus rituais,pontos cantados e riscados,comidas,conhecimentos e sabedoria desconhecidos,por serem raras suas incorporações em médiuns,mas trabalham com grande energia e poder.
Os Mirins são grandes trabalhadores do astral. Possuem grande conhecimento de magia e manipulam com maestria os elementais. São freqüentemente enviados,pelos Exus, aos submundos do astral como espiões. Sua sagacidade, rapidez e coragem fazem com que possam se infiltrar nas zonas inferiores sem serem percebidos. Quando enviados em missão desagregam e neutralizam trabalhos de baixa magia com a mesma facilidade que plasmam campos de força para a proteção de terreiros ou outros lugares sob a proteção dos Exus. Como quase não trabalham atuando em um médium ,quando chegam nos terreiros demonstram certos hábitos adquiridos no astral, como esconder ou camuflar o rosto. Costume adquirido por frequentemente estarem infiltrados entre os espíritos da baixa espiritualidade. 
 Trazem no ponto riscado: Os símbolos mágicos condizentes com a linha que trabalham. Os sinais cabalísticos identificam a falange a qual pertencem, o guardião a quem obedecem e o Orixá a quem estão ligados por afinidade .Recebem o "Nome de Guerra" de acordo com sua falange ou com o elemento natural que representam. Assim temos Exus Mirins do fogo, da terra, da água e do ar.
Alguns nomes de Exús Mirins:
Exu Lalu- Ligado ao Exu Sete-Encruzilhadas- Negativo de Oxalá
Exu Lodinho- Ligado com Pomba-Gira- Negativo de Iemanjá
Exu Mirim- Ligado a Exu Tiriri- Negativo de Cosme e Damião
Exu Toquinho- Ligado com Exu Marabô- Negativo de Oxossí
Exu Veludinho da Meia-Noite-Ligado com Exu Tranca-Ruas- Negativo de Ogum
Exu Calunguinha- Ligado com Exu Caveira- Negativo de Abaluaye
Exu Brasinha- Ligado com Exu Gira-Mundo- Negativo de Xangô
Outros Exus Mirins: Exu Malandrinho, Exu Caveirinha, Exu Joãzinho do cemitério, Exu Mariazinha da calunga, Exu Foguinho, Exu Pedrinho da Encruzilhada, Exu Tridentinho, Exu Pimentinha, Exu Porteirinha, Exu Espadinha, Exu Covinha, Exu Cruzinha,Exú Labareda,Exú Faísca,Exú Fagulha,Exú Pó de Terra,Exú Toco de Osso,Exú Maria Caveirinha,Exú Corisco,Exú Barinha,Exú Fumaça,Exú Trovoada,entre muitos outros.

Gostam de receber  suas oferendas em praças(que tenham brinquedos),encruzilhadas(abertas e fechadas),prais,matas,calunga,pedreiras,dependendo da falange que trabalham.
Podem em suas incorporações apresentar-se crianças ou adultos,dependendo da forma que forem ordenados por seus chefes de falange.


Uma história de encarnação de Exú Brasinha
Contam alguns que exú brasinha foi um moleque muito arteiro, viveu no brasil colônia e sofreu abusos sexuais, bem como outros abusos de tortura, coisa considerada natural praticar contra os escravos, sendo que os feitores e senhores de engenho julgavam que os negros não tinham alma;Algo errado em julgamento.

Exú brasinha recebe esse nome pois ao tentar se rebelar contra o feitor foi preso por este, torturado e queimado, sendo que passou por dores imensas dentro da senzala e desencarnou por conta da infecção causada pelas feridas e queimaduras;

Tem um enorme domínio sobre o elemento fogo,usando-o em seu favor em seus objetivos.



 Os Mirins vêm resistindo bravamente ao preconceito e descaso com que são tratados, mas não deixam de cumprir o seu papel de "Pequenos Soldados da Lei". Vencendo demanda para filho de fé. Até por aqueles que olham com desprezo e desconfiança os pequeninos Exus trabalhando no terreiro. Para esses, Mirim deixa um recado: "Sou a escuridão da luz e a luz da escuridão. Sou o reflexo da tua alma. Fogo,terra,água e ar. Magia de redenção e perdição. Sou ambíguo. Exu. O menor de todos. Pequenino em minha grandeza. Apenas MIRIM!


segunda-feira, 11 de junho de 2012

A todos os irmãos de fé

São tantos nos dias de hoje os ataques que nossa religião recebe de várias formas ,sendo na maioria por sacerdotes de outros cultos,e muitas vezes satirizada em programas de tv ,aonde se promovem claramente o deboche aos cultos Afro,Umbanda e Quimbanda.
Sendo que existem também,vários casos como por exemplo assassinatos cruéis de bandidos que se dizem por ¨Pais de Santo¨,sendo que esses casos denigrem nossa religião em seu todo,pois sacerdotes verdadeiros não buscam a morte,nem a desgraça do seu próximo...existem muitos escândalos que destroem o respeito de leigos,e até mesmo abalam a fé de recém iniciados...
Mas temos apesar de tudo isso irmãos,muitas situações positivas que devemos conhecer para que possa nos ajudar na luta pelo respeito a nossa fé para que a degradação de rito não aconteça no nosso dia a dia.
Temos leis, nossa ¨Constituição Brasileira¨ que é nossa  LEI MAIOR  que nos defende...e devemos procurar conhecer, informar-nos,aprender a usa-la quando necessário para termos os nossos direitos reconhecidos.
Quem acende uma vela é o primeiro a se iluminar...quem faz o bem recebe o mesmo...quem pensa em coisas boas atrairá as mesmas...nos queremos,podemos e conseguimos nossos direitos
,por isso devemos conhece-las em primeiro lugar e pensar depois ¨A UNIÃO FAZ A FORÇA¨
Por isso li essa postagem do blog ¨Caminhos na Umbanda¨,onde temos fatos reais que pela força e luz do Sr. Sete da Lira que ajudou a muitos que o procuraram,e em sua luz transformou-se em um marco na história da televisão brasileira e da Quimbanda.
                                                   
                                 Luciano d `Oxum

Um fato histórico do Guardião Sr. Seu Sete da Lira

O incrível caso do Exu 7 da Lira

A Mãe de Santo Cacilda de Assis foi um dos médiuns mais polêmicos da história da religião brasileira, graças ao Exu que lhe assistia. Aos 13 anos de idade recebeu pela primeira vez o "Seu" Sete Rei da Lira, o qual foi assentado em 13 de junho de 1938, aos 15 anos, quando Cacilda recebeu sua iniciação de seu Pai, Benedito Galdino do Congo, em Coroa Grande, próximo da conhecidíssima Itacuruçá, no Rio de Janeiro (local onde funcionou um outro importantíssimo terreiro da história das religiões brasileiras). Ela também trabalhava com a Pomba Gira Audara Maria.
Mãe Cacilda de Assis em seu programa de rádio

O Rei da Lira se apresenta como Exu, muito embora suas características originais o liguem mais ao mundo da encantaria, onde é conhecido como Sete Rei da Lira, José das Sete Liras ou o Rei das Sete Liras. Poucos conhecem a sua história como encantado, que começa na Idade Média e vai até a sua reencarnação no século dezenove. Na Espanha Medieval, havia um casal: Caio e Zelinda. Caio era um descendente de gregos, que tocava e fabricava instrumentos musicais, especialmente liras. Zelinda era uma bela negra africana, que escondida dos poderosos da época, fazia rituais mágicos.


Tiveram um filho chamado José, que era muito inteligente e tocava instrumentos como ninguém. O garoto herdou do pai o gosto para tocar e fabricar liras, das quais construía 7 diferentes modelos. Da mãe herdou os poderes paranormais: curava pessoas doentes, movia objetos com o olhar, tinha sonhos premonitórios, via a aura das pessoas etc. Na adolescência, conta a lenda que o garoto passou a incorporar espíritos enquanto tocava e uma destas almas seria a do bíblico Rei Davi. Por fazer muito sucesso com as mulheres, um marido ciumento entregou-o para os representantes da igreja, acusando José das Sete Liras de bruxaria. Foi queimado na fogueira pela Inquisição.
Seu Sete da lira trabalhando

A fama do Exu Sete Rei da Lira que baixava em Mãe Cacilda começou a crescer rapidamente devido à característica inusitada de suas giras - onde todo tipo de música poderia ser cantada e tocada - e no uso impressionante da ingestão de vários litros e litros de "marafo", além da roupa ritualística bordada em veludo preto, botas, capas e cartola. Quem presenciou a manifestação deste espírito se impressionou com o magnetismo e com a capacidade de movimentação das pessoas que acorriam ao seu templo, em Santíssimo, um bairro do Rio de Janeiro. Corriam as notícias de boca a boca, dos casos de cura de doenças gravíssimas etc e rapidamente a gira de seu Sete chegou à marca impressionante de mais de cinco mil pessoas por rito.
Compositora e escritora, Mãe Cacilda tinha um programa na Rádio Metropolitana de Inhaúma e o caso é que a fama de seu 7 se espalhou tanto que artistas como Tim Maia, Freddie Mercury e o grupo Kiss estiveram por lá sabe-se lá por qual razão, até que um dia alguém foi até o terreiro e desafiou o Exu a baixar em rede nacional. Ao contrário do que se esperava, o seu Sete concordou e foi aí que o "dendê ferveu"!
Fotos das milhares de pessoas que acorriam ao templo de seu Sete da Lira. Olhe bem e descubra onde está o Exu!

Eu me lembro bem do fato, pois todo mundo comentou: foi em 1971, eu tinha 5 anos e me é inesquecível o sotaque de uma portuguesa da vila em que eu morava no bairro do bexiga em sampa, agressiva e transtornada, ao comentar: "Um ab'surdo, c'mo deixaram um d'mônio daq'les b'xar no p'grama do Ch'crinha?? Viram o que el' fêx?? A revolta da mulher, católica radical (ainda não existiam os neopentecostais que mais tarde se aproveitariam do mesmo tipo de discurso), era acompanhada de uma credulidade não assumida: "T'do bem, o santo baixou em todo mundo, isso realmente é difícil de explicar, mashhhh..."

Seu Sete da Lira no programa "Flávio Cavalcanti"

Incorporada pelo Exu "Seu" 7 Rei da Lira Cacilda havia transformado os programas de Chacrinha e Flávio Cavalcanti num verdadeiro ritual de Kimbanda, daqueles mais bravos. Não se questiona aqui a veracidade da presença do Exu naqueles momentos, ou se é válido esse tipo de exposição ou de manifestação em público, mas há a verdade inquestionável de que algum poder realmente tomou conta das pessoas naqueles programas, pois platéia, cantores, assistentes de câmera, seguranças, contrarregras e outros entraram em transe, desmaiaram ou foram "mediunizados" por exus e outras entidades.
Inabalável, seu Sete da Lira após "tocar a macumba" no programa de Flávio Cavalcanti, sem desincorporar saiu de carro dos estúdios da TV Tupi acompanhado por seus cambonos e foi até os estúdios da Rede Globo no programa do Chacrinha e nem bem entrou no palco, o mesmo fenômeno aconteceu: Chacretes, músicos, diretores e outros entraram em transe.
O próprio Chacrinha, o rei da caricatura e da esbórnia ficou sem ação, conforme o relato do professor universitário Paulo Duarte: "(...) me causou espanto, assistir, há dias àquele espetáculo de 'Seu Sete', apresentado como se fosse um retrato do Brasil: uma 'mandingueira' de cartola e charuto, espargindo cachaça pela multidão em transe, como um sacerdote o faz com água benta. Um adolescente entrou para colaborar, quando foi 'tomado' diante da Mãe de Santo. Esta, que já bebera em público largos goles de pinga, esborrifou-lhe o rosto com um pouco da bebida, aos efeitos mágicos da qual o moleque voltou à razão em meio ao alvoroço da multidão, sob o patrocínio de um Chacrinha mais inconsciente que legítimo".

Reportagem na revista "Amiga" de 1970, sobre seu 7 da lira (Cortesia do irmão Maleronka!)

Na Censura Federal centenas de telefonemas de protestos e de narrativas de pessoas que haviam entrado em transe em suas casas entupiram as centrais telefônicas, a Igreja Católica constrangida reuniu sua cúria para debater o problema e a concessão das duas emissoras de TV quase foram suspensas pelo governo, alegando a defesa da "moralidade" e dos "bons costumes".
Na verdade, o que podemos concluir é que a Umbanda e as religiões afrobrasileiras fazem parte de uma parcela do imaginário brasileiro - principalmente a Kimbanda - que se for colocada à mostra em sua totalidade, pode gerar efeitos inesperados no senso comum e padrão das classes sociais e religiosas acomodadas, pois raramente se viu na história da cultura brasileira a religiosidade das classes subalternas manifestar-se de modo tão expontâneo e incontrolável e ainda, em escala nacional, como foi feito pelo Sr. Exu da Lira e só por ele, sozinho!
Uma das últimas fotos de Cacilda de Assis mediunizada... paradeiro????

Pela primeira vez na história do país, cujo Estado e cujas classes dirigentes desfiam ao longo dos tempos uma compreensão e narrativa eurocêntrica sobre si mesmos, a sociedade brasileira se viu obrigada e se olhar no espelho tão profundamente que não aguentou se ver tão frágil e desnuda frente aos efeitos do trabalho de um Exu Guardião. E as reações subsequentes revelaram ainda posicionamentos elitistas arraigados nas velhas estruturas de dominação e da luta de classes no plano das representações simbólicas. Entre o próprio povo do santo a coisa se dividiu: em conversa com nosso querido amigo, o pai Pedro Miranda, esse nos relatou que certas "cúpulas" umbandistas da época recusaram-se a tentar entender o fenômeno "da Lira" e também tentaram abafar o caso...
Mas o evento mais grave e interessante aconteceria longe, no centro do poder: estavam assistindo aos programas o então presidente Médici e sua esposa D. Cyla. Indignado, o general iria tomar algumas "providências" contra Mãe Cacilda, quando, subitamente, ao seu lado, D. Cyla, incorporada, dá uma sonora gargalhada, pede uma rosa, uma champanhe e diz pro presidente não mexer com quem não podia...
Bastidores do Brasil... bastidores da Kimbanda...

Ao sr. Sete Rei da Lira: Mojubá Exu!!

http://acervoayom.blogspot.com/2009/05/sete-rei-da-lira-1971.html
Texto do blog ¨Caminhos na Umbanda¨

terça-feira, 29 de maio de 2012

Exú Tiriri


Seu nome cabalístico é Flerity,trabalha nas encruzilhadas sobre o comando direto de OGUM, é um mistério originado no Trono da esquerda da Lei, portanto sua vibração original é a da vitalização da irradiação da Lei e da Ordem.


Os Guardiões Tiriri atuam, principalmente, nas vibrações dos verbos-função "quebrador", "devolvedor" e "retornador", assim como, em grande parte dos casos são grandes especialistas em demandas e quebra de magias negativas. 

Como atuam na esquerda da Lei, atuam também abrindo os caminhos daqueles que são merecedores dessa dádiva.  
Os guardiões que trabalham dentro desse mistério, atuam nos consulentes buscando ordenar seus negativismos, abrindo os caminhos e quebrando demandas quando permitidas pela Lei e, muitas vezes, devolvendo-os aos seus "donos". 
Está sempre presente nos trabalhos de Umbanda de nossas casas,tendo um trabalho muito importante na realização dos trabalhos na Lei da Caridade,tem um trabalho fundamental em todos os templos de fé(igrejas,etc...).
Em suas passagens recebe nomes como:

Exu Tiriri das Encruzilhadas

 Exú Tiriri das Sete Encruzilhadas

Exu Tiriri das Matas

Exu Tiriri dos Infernos

Exu Tiriri Menino

Exu Tiriri da Calunga

Exu Tiriri das Almas

Exu Tiriri da Figueira

Exu Tiriri do Cruzeiro

Exu Tiriri da Meia Noite

Exu Tiriri Cigano,etc...

Aprecia muito bebidas fortes,como cachaça,conhaque,uísques de boa qualidade,martine,vinhos finos,licores,etc...bons charutos e muitas vezas gostam de usar capas, belos chapéus,lenços(Ciganos),ternos elegantes com belas gravatas;podem ser muito simples ou de uma elegância notável dependendo de sua origem em sua última encarnação.
Tem um temperamento forte,não gosta de brincadeiras,sério e concentrado em seus afazeres,atende a todos que recorrem ao seu auxilio,sendo uma entidade de extrema rapidez(quando merecedor);os protegidos por esse grande Exú,são defendidos a qualquer custo,não entra em demandas para perder,e gosta de receber seus pagamentos em dia,não tolerando ser enganado ou esquecido por seus médiuns.

Tem uma vasta falange,sendo responsável por legiões de grande energias negativas e positivas,guardiãs de antigos mistérios da natureza,conhecedor do mundo espiritual e suas variações de energias poderosas que atuam no universo.


Gostaria de lembrar que existem várias histórias das passagens terrenas de Exús,pois são espíritos que usam o  nome do chefe da falange a qual pertencem,trabalham,aprendem,evoluem,foram na maioria das vezes resgatados de grandes tormentos resultantes de suas encarnações,e dentro de tal falanges,evoluem por méritos e obediência a seus senhores,recebendo como pagamentos a luz,armas e posições de comandos dentro dessas poderosas e organizadas falanges.

Histórias de Exús Tiriri

Exú Tiriri - Bartolomeu Custódio

Muitas historias a respeito deo Exú Tiriri é conhecida mas a 

mais próxima da realidade é esta que fala de sua 

desencarnação, a historia deste Grande Exú que hoje é 

encontrado trabalhando nos Terreiros de Umbanda.


Aconteceu em Portugal, final do século dezenove. Passam 

das 23 horas quando Bartolomeu Custódio bate à porta de 

seu primo e é atendido pelo rapaz que, visivelmente, foi 

acordado pelas insistentes batidas. - Primo, preciso urgente 

de ti! - Fernando manda-o entrar deixando claro estar 

contrariado com a visita repentina em tão tardio horário. - 

Nem me fale Bartolomeu! São réis o que deseja. Não é? - O 

homem baixa a cabeça e responde num fio de voz: - Perdi 

mais de mil no carteado do Barão senão pagar ele ameaçou 

acabar com minha família. - Mil? Estás louco? Não faz um 

mês que paguei sua divida de quinhentos e já vens aqui 

pedir-me mais de mil? Onde vais parar, ou melhor, aonde 

vou eu parar com tantos réis que se vão ladeira abaixo? 

Achas que por ter tido sorte na vida tenho que carregá-lo nas 

costas? A ti, tua família, teu maldito vicio? - Bartolomeu ouve 

tudo sem levantar os olhos. - Primo, só tenho a ti para 

recorrer. O que será de minha mulher e meus filhos? Juro-te 

que nunca mais jogarei um só conto em nada! - O rapaz está 

descontrolado e replica aos gritos: - Já ouvi essa ladainha 

muitas vezes e não vou mais cair nessa conversa. Vá ao 

Barão e diga que não tem, não conseguiu, e ele que espere. 

Ainda ontem a pobre de tua mulher veio até aqui pedir-me 

comida. Crês nisso? Tive que dar comida a tua família. 

Enquanto tu espezinha-me com dívidas de jogatina. Olhe 

para ti! Estás em estado lamentável, além de cheirar a vinho 

à distância. Saia já de minha casa. - Dirige-se para a porta e 

a abre com violência. Bartolomeu levanta-se lentamente, de 

seus olhos caem lágrimas, é duro ter que ouvir tudo que está 

ouvindo, apesar de ser a mais pura verdade. Faz ainda uma 

última tentativa. - Primo, pelos teus filhos, ajuda-me! 

Fernando continua parado à porta apontando a rua. - Fora 

daqui, vagabundo! Nunca mais me apareça, porco imundo! 

Sem mais nada dizer o homem retira-se lentamente ouvindo 

o baque violento da porta atrás de si. Caminha tropegamente 

enquanto as lágrimas embaçam sua visão. Sabe que fez 

tudo errado. Sempre! Foi mulherengo, bêbado, viciado em 

jogos. Tem a exata noção do péssimo pai e marido que é. 

Seu primo tem toda a razão em humilhá-lo. Sem perceber, 

depois de muito caminhar, está sobre uma ponte. Talvez seja 

essa a única saída. Faz uma pequena prece e atira-se nas 

águas profundas do rio. O espírito de Bartolomeu Custódio 

durante anos perambulou por sendas escuras e tortuosas. 

Passado um longo tempo e depois de rever erros e acertos 

de vidas anteriores, foi amparado por mentores que o 

encaminharam para a labuta do resgate cármico. Hoje, 

trabalhador de nossos terreiros, é conhecido como o grande 

Exu Tiriri, elegante, educado e sempre com um profundo 

respeito para com seus consulentes, nem de longe lembra a 

triste figura apresentada neste texto.



Exu Tiriri era um grande guerreiro e vencedor... Desafiou 

Lucifer numa grande batalha e estava quase derrotando-o, 

quando Lucifer usou de sabedoria, pois sabia que o que Exu 

Tiriri mais prezava era a sua esposa (nome não divulgado). 

Sendo assim, Lucifer sequestrou a esposa de Tiriri o que o 

fez rogar ao Grande Lucifer que lhe devolvesse a sua 

esposa, porém Lucifer não devolveu e Tiriri viveu o restante de 


sua vida na amargura, bebendo, largado...




a imagem de Tiriri em que ele está de joelhos com uma 

garrafa em 

suas mãos retrata o  pedido

 de perdão à Lucifer, implorando para que ele tivesse sua 

esposa de volta. Porém não aconteceu...