quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Orisá obá



Orígem e História
- Obasy, rio revolto
- Obasy, mística e idosa, com bons costumes, porém, grosseira.
- Obasy, mulher valente, orixá de uma orelha só.
- Obasy, quando em fúria transborda, agita-se.

Obasy é a senhora da sociedade elekoo, porém no Brasil esta sociedade está muito restrita, sendo assim , esta sociedade passou a cultuar egungun. Deste modo, obasy é a senhora da sociedade lesse-orixa. Ela é uma das três esposa de xangô. Oxum aconselhou a ela que retirasse uma das orelhas para dar a xangô em um prato de caruru, ela o fez, quando viu que oxum não tinha feito isso antes, evocou-se e as duas brigaram, xangô em sua ira as expulsou de casa, transformando-as em dois rios.
Tudo relacionado a Obasy é envolto em um clima de mistérios, e poucos são os que entendem seus atos aqui no Brasil. Certas pessoas a cultuam como se fosse da família ji, ao passo que outras a cultuam como se fosse um Xangô fêmea. Obasy e ewa são semelhante, são primas e ambas possuem oro omi osun. Ela usa ofá (arco e flecha) assim como Ewa e ambas são identificadas também com Odé. Obasy usa a festa da fogueira de xangô para poder levar suas brasas para seu reino, desta forma é considerada uma das esposas de xangô mais fieis a ele.
OBA é ORIXÁ ligado a água, guerreira e pouco feminina. Suas roupas são vermelhas e brancas, leva um escudo, uma espada, uma coroa de cobre. Usa um pano na cabeça para esconder a orelha cortada. Conta e lenda que OBA, repudiada por XANGÔ. vivia sempre rondando o palácio para voltar.
XANGÔ fica horrorizado com a mutilação e expulsa-a para sempre. 0 tipo psicológico dos filhos de OBA, constitui o estereotipo da mulher de forte temperamento, terrivelmente possessiva e carente. Ao contrário de IANSÃ, é mulher de um homem só, fiel e sofrida. São combativas, impetuosas e vingativas. OBA é um ORIXÁ que raramente se manifesta e há pouco estudo sobre ela. Talvez porque nos dias de hoje, mesmo na África ou Brasil, não há espaço para essas caracteristicas do feminino, que cada vez mais recupera seu poder de YANSÃ.
Obá é amulher consciente de seu poder, que luta e reinvidica seus direitos, que enfrenta qualquer homem --menos aquele que tomar seu coração. Ela abraça qualquer causa, mas se rende a uma paixão. Obá é a mulher que se anula quando ama.

Obá nasceu do ventre rasgado de Yemonjá após o incesto de Orugan, ela e mais um sem-número de Orixás. Em toda a África Obá era cultuada como agrande deusa protetora do poder feminino, por isso também é saudda como Iyá Agbá, e mantém estreitas relações com as Iya Mi. Era uma mulher forte, que comandava as demais e desafiava o poder masculino. Obá lutou contra todos os Orixás, venceu a batalha contra Oxalá, derrotou Xangô e Orunmilá, e tornou-se temida por todos os deuses.

Obá, Obá, Obá,
Orixá do ciúme,
Terceira mulher de Xangô.

O açoite do ciúme gravado na carne.
Fala da fama do marido,
Move mágoas na madrugada,
Come cabrito pela manhã.

Discutindo cm Oxum,
Não foi a Kossó com Xangô.

Obá abraça os braços do marido,
A parte do seu corpo que a prende
Obá sabe que é bom.

Embora Obá tenha se transformado em rio, é uma deusa relacionada ao fogo, pois, quem conhece o rio Obá, na Nigéria, sabe que é um rio de águas revoltas, em constante movimento, por isso é sinônimo de fogo.

Obá é saudada como o Orixá do ciúme, mas não se pode esquecer que o ciúme é o colário inevitável do amor, por tanto Obá é um Orixá do amor, das paixões, com todos os dissabores e sofrimentos que o sentimento pode acarretar. Obá tem ciúme porque ama.

O lado esquerdo (Osì) sempre esteve relacionado à mulher e, por uma razão muito elementar, é o lado do coração. Quando Obá é saudada como guardiã da esquerda, isso quer dizer qe é a guardiã de todas as mulheres, aquela que compreende os sentimentos do coração, pois Obá pensa com o coração.

Como pode uma deusa ligada a esses sentimentos, se dedicar à guerra? Toda energia de suas paixões frustradas ela canaliza para a guerra, tornando-se a guerreira mais valente, que nenhum homem ousa enfrentar. Obá supera a angústia de viver sem ser amada. Mas será que Obá nunca foi amada de fato?


Obá troca um palácio por uma tapera, troca todas as riquezas do mundo por uma frase: "Eu te amo".






Obá é possuída por Ogum

Obá escolheu a guerra como prazer nesta vida, enfrentava qualquer situação e assim procedeu com quase todos os orixás. Um dia, Obá desfiou para a luta Ogum, o valente guerreiro, o ardiloso Ogum, sabendo dos feitos de Obá, consultou os babalaôs, eles aconselharam Ogum a fazer oferendas de espigas de milho e quiabos, tudo pilado, formando uma massa viscosa e escorregadia.
Ogum preparou tudo como foi recomendado e depositou o ebó num canto do lugar onde lutariam. Chegada a hora, Obá, em tom desafiador, começou a dominar a luta, Ogum levou-a ao local onde estava a oferenda, Obá pisou no ebó, escorregou e caiu, Ogum aproveitou-se da queda de Obá, num lance rápido tirou-lhe os panos e a possuiu ali mesmo, tornando-se, assim, seu primeiro homem.
Mais tarde Xangô roubou Obá de Ogum.


Obá provoca a morte do cavalo de Xangô

Xangô era um conquistador de terras e de mulheres, vivia sempre de um lugar para o outro. Em Cossô fez-se rei e casou-se com Obá. Obá era sua primeira e mais importante esposa, Obá passava o dia cuidando da casa de Xangô, moía a pimenta, cozinhava e deixava tudo limpo.
Xangô era um conquistador de terras e de mulheres. Uma vez Xangô viu Oyá lavando roupa na beira do rio e dela se enamorou perdidamente. Com Oiá se casou, mas Xangô era um conquistador de terra e de mulheres e logo se casou de novo.
Oxum foi a terceira mulher. As três viviam às turras pelo amor do rei, para deixar Xangô feliz, Obá presenteou-lhe um cavalo branco, Xangô gostou muito do cavalo, Tempos depois Xangô saiu para guerrear levando Oiá consigo, seis meses se passaram e Xangô continuava longe, Obá estava desesperada e foi consultar Orunmilá, Orunmilá aconselhou Obá a oferecer em sacrifício um iruquerê, espanta-mosca feito com rabo de um cavalo, mandou pôr o iruquerê no teto da casa.
Para fazer a oferta prescrita pelo oráculo, Obá encomendou a Eleguá um rabo de cavalo, e Eleguá induzido por Oxum, mais que depressa cortou o rabo do cavalo branco de Xangô, mas não cortou somente os pêlos e sim a cauda toda e o cavalo sangrou até morrer.
Quando Xangô voltou da guerra, procurou o cavalo e não encontrou, deparou então com o iruquerê amarrado no teto da casa e reconheceu o rabo do cavalo desaparecido, soube pelas outras mulheres da oferenda feita pela primeira esposa.
Xangô ficou irado e mais uma vez repudiou Obá.