terça-feira, 6 de março de 2012

Exú Sr. ZÉ PILINTRA



Zé Pelintra (também Zé Pilintra) é uma personagem folclórica e espiritual das mitologias afro-brasileiras e regionais da umbanda e do catimbó (ou catimba) )
.
Bastante considerado, especialmente entre os umbandistas, como o espírito patrono dos bares, locais de jogo e sarjetas (embora não alinhado com entidades de cunho negativo), é uma espécie de transcrição arquetípica do "malandro". No seu modo de vestir, bastante típico, Zé Pelintra é representado trajando terno completo na cor branca, sapatos de cromo, gravata grená ou vermelha e chapéu panamá de fita vermelha ou preta.
Apesar de ter importância religiosa tanto para os praticantes de catimbó quanto de umbanda, Zé Pelintra é entidade originária desta última. A absorção da entidade de uma religião por outra se processou quando os grandes centros urbanos do sudeste do Brasilpassaram a englobar antigas áreas rurais e estimular a migração de trabalhadores de outras partes do país, em seu processo de desenvolvimento. Na medida em que isso foi acontecendo, os sacerdotes do catimbó passaram a considerar Zé Pelintra como uma entidade pertencente, também, ao seu próprio culto.
Zé Pelintra é invocado quando seus seguidores precisam de ajuda com questões domésticas, de negócios ou financeiras e é reputado como um obreiro da caridade e da feitura de coisas boas.




Diferença entre Zé Pilintra na umbanda e no catimbó

A umbanda é um culto legitimamente Brasileiro com seus próprios rituais e estrutura, enquanto que o catimbó é uma forma regional desincretismo entre elementos tanto afro-brasileiros, europeus e indígenas (animistacatólico e naturalista, portanto) .
Na umbanda Zé Pelintra é um Guia incorporado na linha do Povo da Malandragem, mas em certos casos pode vir na linha de Exu, enquanto que no Catimbó ele é visto como um espírito errante, espírito desencarnado, líder de uma "falange" de "malandros". Zé Pelintra é acreditado como pertencente à linha das almas, seres humanos desencarnados cuja missão é auxiliar no benefício da Humanidade como forma de expiação de uma vida anterior de extrema dissipação material.

[editar]Distribuição de seguidores e fama

Majoritariamente os seguidores de Zé Pelintra concentram-se nos ambientes urbanos de Rio de Janeiro e São Paulo, mas eles também podem ser encontrados no Nordeste do Brasil, entre os "catimbozeiros", e nas áreas rurais de praticamente todo o país.
Zé Pelintra, tanto na umbanda quanto no catimbó, é tido como protetor dos pobres e uma entidade de importância entre as classes menos favorecidas em geral, tendo ganhado o apelido de "Advogado dos Pobres", pela patronagem espiritual e material que exerce.

[editar]Na mídia e cultura popular

O famoso compositor e cantor Chico Buarque baseou sua personagem principal na Ópera do Malandro nos modos e trejeitos de Zé Pelintra (novamente um caso onde o folclore urbano se mistura ao religioso) .
O músico e compositor Itamar Assumpção escreveu uma música sobre Zé Pelintra em 1988, em parceria com Wally Salomão. Essa música chama-se “Zé Pilintra” (uma outra forma de escrever o nome da entidade) . .
Não surpreendentemente o arquétipo do "malandro carioca" (boêmio inveterado) é baseado na fisionomia, estilo de se vestir e modo de vida do mythos de Zé Pelintra.[carece de fontes]

Referências

  1.  "Instituto Imágick", 01-12-2006. Página visitada em 2010-05-03.
  2.  "Origens do Catimbó", 4 de setembro de 2005. Página visitada em 13-5-2010.
  3.  "Origens do Catimbó", 04-09-2005. Página visitada em 2010-05-13.
  4.  "Chico Buarque's Ópera do Malandro", 01-12-2006. Página visitada em 2010-05-03.
  5.  "Rita Amaral e Vagner Gonçalves da Silva - Foi Conta pra Todo Canto". Página visitada em 2010-05-26.



Jose Emerenciano nasceu em Pernambuco. Filho de uma escrava forra com seu ex-dono, teve algumas oportunidades na vida. Trabalhou em serviços de gabinete, mas não suportava a rotina. Estudou, pouco, pois não tinha paciência para isso. Gostava mesmo era de farra, bebida e mulheres, não uma ou duas, mas muitas. Houve uma época em que estava tão encrencado em sua cidade natal que teve que fugir e tentar novos ares. Foi assim que Emerenciano surgiu na Cidade Maravilhosa. Sempre fiel aos seus princípios, está claro que o lugar escolhido havia de ser a Lapa, reduto dos marginais e mulheres de vida fácil na época. Em pouco tempo passou a viver do dinheiro arrecadado por suas "meninas", que apaixonadas pela bela estampa do negro, dividiam o pouco que ganhavam com o suor de seus corpos. Não foram poucas as vezes que Emerenciano teve que enfrentar marginais em defesa daquelas que lhe davam o pão de cada dia. E que defesa! Era impiedoso com quem ousasse atravessar seu caminho. Carregava sempre consigo um punhal de cabo de osso, que dizia ser seu amuleto, e com ele rasgara muita carne de bandido atrevido, como gostava de dizer entre gargalhadas, quando nas mesas dos botecos de sua preferência. Bebia muito, adorava o álcool, desde a cachaça mais humilde até o isque mais requintado. E em diversas ocasiões suas meninas o arrastaram praticamente inconsciente para o quarto de uma delas. Contudo, era feliz, ou dizia que era, o que dá quase no mesmo. Até que conheceu Amparo, mulher do sargento Savério. Era a visão mais linda que tivera em sua existência. A bela loura de olhos claros, deixava-o em êxtase apenas por passar em sua frente. Resolveu mudar de vida e partiu para a conquista da deusa loura, como costumava chama-la. Parou de beber, em demasia, claro! Não era homem também de ser afrouxado por ninguém, e uns golezinhos aqui e ali não faziam mal a ninguém. Dispensou duas de suas meninas, precisava ficar com pelo menos uma, o dinheiro tinha que entrar, não é? Julgava-se então o homem perfeito para a bela Amparo. Começou então a cercar a mulher, que jamais lhe lançara um olhar.

Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/religion-studies/1758488-hist%C3%B3ria-z%C3%A9-pelintra/#ixzz1oNChpQTD





Aos amigos dizia que ambos estavam apaixonados e já tinha tudo preparado para levá-la para Pernambuco, onde viveriam de amor. Aos poucos a história foi correndo, apostas se fizeram, uns garantiam que Emerenciano, porreta como era, ia conseguir seu intento. Outros duvidavam Amparo nunca demonstrara nenhuma intimidade por menor que fosse que justificasse a fanfarronice do homem. O pior tinha que acontecer, cedo ou tarde. O Sargento foi informado pela mulher da insistente pressão a que estava submetida. Disposto a defender a honra da esposa marcou um encontro com o rival. Emerenciano ria, enquanto dizia aos amigos: - É claro que vou, ele quer me dar a mulher? Eu aceito! Vou aqui com meu amigo... - E mostrava seu punhal para quem quisesse ver. Na noite marcada vestiu-se com seu melhor terno e dirigiu-se ao botequim onde aconteceria a conversa. Pediu uísque, não era noite para cachaça, e começou a bebericar mansamente. Confiava em seu taco e muito mais em seu punhal. Se fosse briga o que ele queria, ia ter. Ao esvaziar o copo ouviu um grito atrás de si: - Safado! - Levantou-se rapidamente e virou-se para o chamado. O tiro foi certeiro. O rosto de Emerenciano foi destroçado e seu corpo caiu num baque surdo. Recebido no astral por espíritos em missão evolutiva, logo se mostrou arrependido de seus atos e tomou seu lugar junto a falange de Zé Pelintra. Com a história tão parecida com a do mestre em questão, outra linha não lhe seria adequada. Hoje, trabalhador nos terreiros na qualidade de Zé Pelintra do Cabo, diverte e orienta com firmeza a quem o procura. Não perdeu, porém a picardia dos tempos de José Emerenciano. Sarava Seu Zé Pelintra


Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/religion-studies/1758488-hist%C3%B3ria-z%C3%A9-pelintra/#ixzz1oNEXNvC4


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